Viajando pela Rússia com Saulo

Nessa semana Clube Eslavo entrevistou Saulo de Tarso (52 anos, Técnico em Projetos, Santos – SP) sobre sua viagem para Rússia. A experiência dele contem muitas dicas úteis para futuros viajantes.

Em que mês e ano você foi viajar? Para quais cidade e com qual objetivo?

– Viajei exatamente 1 anos atrás, em março de 2017. Objetivo primário era jogar o torneio de xadrez anual (Aeroflot Open) e secundário conhecer Moscou e a cultura russa.

– Qual foi seu nível de idioma russo? Precisa estudar russo antes da viagem?

Nível Básico 1 (3 semestres com interrupções). Precisa sim. A população não fala inglês e se você não souber o básico do alfabeto, números e cifras monetárias em russo, pode ter alguma dificuldade.
Fiz algumas horas de estudo específico para diálogos em russo no aeroporto e no hotel, e me serviu bastante quando perdi uma bagagem de mão no aeroporto.
A moça do guichê no “achados e perdidos” praticamente não falava inglês e tive que desenrolar a língua na marra. Como diz nossa querida Snizhana (pelo menos na minha turma ela disse) que para aprender a nadar tem que cair na água, de preferência com um peso amarrado para ajudar a afundar e aí se virar para aprender.
Chegar a Moscou é mais ou menos isso, mas vale muito a pena.
Mas como dizem: quem tem boca vai a Roma.

– Kkkk, não falei nada sobre peso amarrado, mas você realmente aprende mais rápido pulando do barco do que andando com as boias nos braços. Como você levou dinheiro para Rússia? Onde você trocou ou você usava cartão?

Levei dólares. Mas cartão de crédito internacional funciona bem.
NÂO trocar dólares no aeroporto. Nos hotéis o câmbio é melhor. Você encontra nas ruas, mas é mais cômodo inicialmente no hotel (especialmente se você tem -13 graus te esperando lá fora). Gastei aproximadamente USD 100,00/dia.
Sugiro levar pelo menos USD 500,00 em espécie e um cartão de crédito internacional. Metrô funciona bem e é barato. Carro/Uber não precisa… a metrópole é pior que sampa no trânsito. Existe restaurante para todo tipo de bolso. Tem um restaurante/café brasileiro, na Pokrovka St., 1/13/6, Moscou – Pode procurar o Johny que ele é bem legal. Um bom ponto de apoio gastronômico em Moscou.

– Como você resolveu problema de operadora de celular?

Você pode facilmente adquirir no aeroporto/shopping center o sistema de telefonia local. É barato para o que proporciona.

– Como foi sua experiência na entrada para Rússia?

– O aeroporto (Sheremetievo) me pareceu meio desorganizado na alfândega (nas outras partes é bem moderno). Fiquei imaginando como seria na Copa… bom, em meu caso pouco perguntaram. Responda o mínimo necessário (se puder leve algo impresso que mostre o hotel ou evento que vai participar). É necessário tomar cuidado com a ficha que preenche na alfândega. Se perder vai ter problema. É necessário que o hotel/pousada/airbnb, qualquer que seja o meio de hospedagem, registre sua entrada em Moscou. Faz parte da burocracia desde os tempos soviéticos. Acredito que mais alguns anos isso se acaba.
NÂO PRECISA DE VISTO para entrar na Rússia.
Outra dica: Se for descer em alguma escala, ela deverá ter pelo menos umas 3 horas de diferença para o vôo para Moscou. Especialmente se for em Amsterdã.

– Que transporte você usou na Rússia? 

Ao chegar no aeroporto NÃO pegue Taxi. Pegue o AEROEXPRESS e desça em algum ponto próximo de seu hotel. Taxistas lá no aeroporto não valem a pena. Na cidade use o metrô, pois é barato e rápido. O hotel Cosmos é um hotel legal e fica próximo da estação VDNKHa (em 25 minutos você chega na praça vermelha). Você pode também passear no Parque Ostankino ao lado. Os horários do Aeroxpress para Moscou você acha na internet e pode comprar o ticket em uma máquina de autoatendimento.

–  Como você se virava durante passeios, no hotel, nos restaurantes?

–  Hotéis e restaurantes fala-se um pouco de inglês. Mas na estação do metrô, caixas e diversos locais públicos só russo mesmo, ou mímica mesmo.

–  Quais lembrancinhas você comprou e onde?

–  Existem diversos como em todo local turístico. Putin está em vários calendários, copos, chaveiros, etc. A variedade de vodka é imensa e você não conseguirá provar todas (Eu e Ivan tentamos, mas não foi possível rsrrs). Sugiro O Izmailovo lá tem uma grande variedade de itens históricos para venda (capacetes da segunda-guerra, maquinas de fotografar antigas, livros, e diversos itens interessantes).

–  Você tem experiência com a medicina na Rússia?

–  Se você tem alguma particularidade (pressão alta, diabetes, ou alguma doença que demande remédios contínuos) é bom procurar seu similar russo. Como perdi a bagagem de mão tive que procurar meus remédios em similares russos, o que foi uma aventura, mas a atendente teve toda boa vontade em tentar traduzir alguns termos (pressão arterial, diabetes etc.). Acho que meu charme de latino americano ajudou rsrsrs. O fato é que deu tudo certo. Se você se esforça para falar a língua deles eles se mostram felizes e agradecidos. Até te perguntam algumas palavras em português.

–  Você tem experiência com a polícia na Rússia?

–  Em praticamente toda estação de metrô tem escâner de bagagem. E sempre podem pedir teus documentos na rua. É comum. Colabore sempre.

–  O que você imaginou sobre Rússia antes da viagem e se essa imaginação mudou?

–  Achei que fosse ser mais difícil do que foi. O povo não é risonho, mas é direto e objetivo. As mulheres russas são muito bonitas, atraentes e elegantes. Muito mesmo. Não sei se o frio ajuda as pessoas a se vestirem melhor. O segredo é perder o medo de falar e soltar o verbo. Conversei com um motorista de táxi um longo tempo e ele usava o google translate (muitos não gostam, mas quando você está sem apoio te ajuda bastante). Você fala a frase em inglês/português e o software traduz para Russo. Ajuda bastante.
A imagem de país atrasado economicamente que tinha mudou. A Rússia é um país avançado em diversos aspectos e você não vai sentir muita falta das comodidades de uma cidade grande como Rio de Janeiro ou São Paulo.
Planejo voltar em 2019. Desta vez para S. Petersburgo.

 

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Snizhana Maznova
Snizhana Maznova

Estou no Brasil a partir de 2006 e sinceramente posso dizer que adoro esse país com sua cultura tão rica e povo tão simpático. Meu pai é russo e minha mãe ucraniana com raízes da Polônia e Grécia. Até terminar época soviética vivi viajando entre Rússia e Ucrânia e considero os dois países como minha pátria. Além ministrar cursos de idiomas, trabalho como tradutora de russo e ucraniano. Atuo também como intérprete em reuniões entre brasileiros e pessoas da Rússia e Ucrânia, na área turística e viagens de negócio, e assistência para estrangeiros na abertura de empresa no Brasil e pesquisa no mercado etc.

 
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